O dado sobre cursos corporativos on-line é um dos divulgados pela 15ª edição da Pesquisa “Panorama do Treinamento no Brasil: Indicadores e Tendências em Gestão e T&D 2020/2021”, da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD).
O levantamento aponta as principais tendências indicadas por empresas participantes do estudo, para investimentos em educação corporativa durante este ano. Entre elas, o foco voltado à aprendizagem em ambientes virtuais, com a implantação de plataforma e-learning para seus cursos on-line, o redirecionamento de metodologias para o on-line, e aulas virtuais ou blended (combinação de treinamento presencial com on-line).
A pandemia da Covid 19 influenciou a “virada de chave” pelas empresas, a medida que acelerou a tendência de migração para a aprendizagem em ambientes virtuais. Um dos reflexos foi uma queda de 21% nos treinamentos presenciais em relação ao ano de 2019, representando 56% das horas de treinamento aplicadas em 2020.
Em contrapartida, os cursos corporativos on-line representaram 37% das horas investidas em capacitação e desenvolvimento, sendo registrado aumento de:
- 19% em treinamentos on-line, não ao vivo (auto treinamento);
- 18% em treinamentos on-line, EAD, com professor ao vivo (maior alta).
Os outros 7% das horas de treinamento ocorreram sem a utilização de tecnologia, por meio de apostilas e manuais, por exemplo.
Empresas investiram 20% mais em Treinamento e Desenvolvimento
Outro dado importante da pesquisa, que entrevistou 318 respondentes, representantes dos setores da indústria, serviços, comércio e administração pública, é que as empresas investiram 20% mais em Treinamento e Desenvolvimento (T&D), na comparação com o ano anterior.
Nem a crise econômica provocada pela pandemia impediu um aumento entre 30% e 40% no investimento anual em treinamento por colaborador, com o valor empregado atingindo R$997,00 (por colaborador) em 2020.
O número de horas de treinamento por colaborador também subiu em comparação com 2019, totalizando 19 horas em 2020.
Um dos motivos é que empresas enxergaram o momento de baixa produtividade em consequência da Covid 19 como ideal para desenvolver melhor seus colaboradores. Isso pode refletir outro dado da pesquisa, que mostra o Levantamento de Necessidades de Treinamento (LNT) ou Diagnóstico de Necessidades de Treinamento (DNT) como um critério em alta para o direcionamento da verba anual destinada à educação corporativa. Ele saltou dos dois últimos indicadores em edições anteriores da pesquisa para a 4ª posição.
Horas de Treinamento por Colaborador nos diferentes setores pesquisados:
- Indústria 24h/colaborador
- Administração Pública 16 horas
- Serviços 15 horas
- Comércio 10 horas
Veja também: Plataformas LMS: Vale a pena investir?
Quando perguntadas sobre quais critérios utilizam para definição da verba anual para T&D as empresas responderam:
- 61% Horas de treinamento, por efetivo da empresa
- 57% Horas de treinamento, por treinando
- 51% Planejamento estratégico
- 46% LNT ou DNT: Levantamento de Necessidades de Treinamento
- 29% Previsão, considerando valores dos anos anteriores
- 7% Percentual sobre o faturamento
- 2% Percentual sobre a folha de pagamento
Cresce o número de empresas com Universidade Corporativa e orçamento de T&D
O crescimento do número de empresas que têm orçamento anual de T&D e que possuem uma universidade corporativa também foi constatado.
Em 2020, 29% das empresas que participaram da pesquisa afirmaram possuir uma universidade corporativa.
Entre as que têm orçamento anual de T&D definido, 100% contam com mais de 5.001 colaboradores; seguidas de 96% no universo de 1.001 a 5.000; 93% de 501 a 1.000; e 75% de de 101 a 500 colaboradores.
Sobre a distribuição dos gastos de T&D, indústria e serviços se destacam por investimentos em atividades terceirizadas, como consultores, professores e serviços, desenvolvimento de conteúdo e licenças, cursos e seminários realizados por empresas de serviços, cursos de idiomas. O índice do orçamento voltado a esses recursos chega a 47% em ambos os setores.
Já comércio e administração pública aparecem com os maiores percentuais de investimentos em educação corporativa em:
- Despesas internas: Formações realizadas com multiplicadores internos, despesas administrativas, salário das equipes de T&D e eventuais multiplicadores. (45% comércio e 42% administração pública)
- Cursos curriculares: Investimento em Ensino Fundamental, Médio, técnico, graduação, pós-graduação, MBA, mestrado, doutorado. (19% administração pública e 16% comércio)
Média de investimento anual em T&D por porte de empresa em 2020, segundo a pesquisa:
- De 101 a 500 colaboradores R$339.779
- De 501 a 1.000 colaboradores R$640.792
- De 1.001 a 5.000 colaboradores R$1.498.476
- Acima de 5.001 colaboradores R$5.222.201
Sua empresa também está entre as que estão investindo em plataforma e-learning e cursos corporativos on-line?
Fique à vontade para comentar quais são as principais dúvidas da sua organização sobre essa tendência cada vez mais presente em T&D.
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